Notícias da Educação Física |
- Acidentes e primeiros socorros na Educação Física escolar
- Condicionamento físico é a chave para a longevidade
- Dança é efetiva na reabilitação de cardiopatas, diz pesquisador
Acidentes e primeiros socorros na Educação Física escolar Posted: 20 Jun 2012 10:04 PM PDT Introdução Em 1958, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu o termo "acidente" como um acontecimento independente da vontade humana, provocado por força exterior que atue rapidamente sobre o indivíduo, com conseqüente dano físico ou mental (BATIGÁLIA, 2002). A ocorrência de acidentes é tão antiga quanto o aparecimento do próprio homem e podem ocorrer na rua, em um shopping, e até mesmo dentro de casa. Se falarmos de situações nas quais se pratica atividade física, em academias, nos parques e, principalmente, na escola, o risco de acidentes aumenta ainda mais. As pausas entre as aulas ou a "hora do recreio" representam um momento de tempo livre e, em geral, os alunos aproveitam para brincar. Muitas vezes essas atividades provocam acidentes, que são naturais nessa faixa etária, mas que podem deixar seqüelas irreversíveis caso não tenham o atendimento adequado. As aulas de Educação Física (EF) também representam momentos em que os alunos executam movimentos ou atividades nas quais podem ocorrer vários tipos de acidentes, sejam por uso indevido de materiais, aparelhos, vestimenta ou mesmo o contato físico. Na escola, muitas vezes, o professor de EF é solicitado a comparecer no momento em que ocorre uma emergência ou acidente com os alunos. Mas, será que o professor está preparado para esse tipo de emergência? A falta de preparo da comunidade escolar e dos professores impede o auxílio na hora em que ocorre o acidente e podem causar conseqüências graves para o aluno, prejuízos para o professor e para a escola. Será que existe nos cursos de licenciatura e graduação uma disciplina que trate dos assuntos de socorros de urgência nas escolas? Quais os procedimentos adotados quando um aluno sofre algum tipo de lesão nas aulas ou nas dependências da escola? Quais são os principais motivos dos acidentes? Essas perguntas nortearam e motivaram esse trabalho de pesquisa. Desta forma, a proposta deste trabalho foi verificar junto aos profissionais da EF:
Para que os objetivos fossem alcançados foi necessário realizar um detalhado estudo das informações obtidas através da literatura e principalmente das entrevistas com os profissionais de EF, conhecer os procedimentos e a percepção desses professores sobre primeiros socorros. Revisão de literatura A Legislação e os acidentes na escola: direitos e deveres O Estatuto da Criança e do Adolescente (Brasil, 1990), esclarece no artigo quarto que é dever da família, da comunidade e do Poder Público assegurar, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação e à educação. Garante, dessa forma, às crianças e adolescentes a "primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias" (p. 1-2). Liberal (2005) alerta que a questão dos acidentes e violências é um grave problema de saúde pública e que diversas instituições particulares e públicas vêm tomando iniciativas para assegurar os direitos das crianças e dos adolescentes. Um acidente que ocorre na escola pode gerar vários transtornos para a instituição. Além da responsabilidade legal, o professor ao atender um acidentado, abandona os outros alunos, situação que facilita a ocorrência de outro acidente durante a sua ausência. Outro problema que surge nessa situação é o período que os outros alunos permanecerão sem aula o até a sua volta. (GONÇALVES, 1997). O Código Penal Brasileiro, artigo 135, (BRASIL, 1940), esclarece que deixar de prestar assistência, à criança ou não pedir socorro da autoridade publica, é passível de pena – detenção de um (1) a seis (6) meses ou multa. "A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplica se resulta a morte" (p. 82). A Escola é segura? Liberal (2005) relata que a Organização das Nações Unidas (ONU) fundamenta que o conceito de segurança humana deve estar centrado no desenvolvimento do ser humano, abrangendo a segurança de todos os cidadãos no seu cotidiano: nas vias públicas, no trabalho, na escola, no lazer, no lar. Crianças e adolescentes tendem a passar aproximadamente um terço do dia na escola e no caminho em direção a ela. O Censo Escolar de 2006, realizados pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) contabilizam aproximadamente 55,9 milhões de crianças e adolescentes matriculadas nas diferentes etapas da educação básica (BRASIL, 2006). Quando falamos a respeito de escola, prevalece uma idéia de ambiente seguro, entretanto, muitos recintos na escola, como as escadas, os corredores, o pátio e, principalmente, a quadra esportiva, são palco de diversos acidentes. Harada (2003) faz referência a uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, que aponta que, a cada ano, 3,7 milhões de crianças sofrem acidentes nas escolas. Outra investigação realizada em 20 escolas participantes do projeto Unimed Vida, na cidade de Blumenau, no ano de 2000, revela que, dos 287 acidentes registrados no período de um ano, verificou-se que 117 (41%) deles ocorreram na quadra esportiva. A maior incidência de acidentes (55%) aconteceu durante as aulas. Collucci (2006) apresenta dados de uma pesquisa feita em 23 escolas públicas e privadas de São Paulo: 78% de crianças vítimas de acidentes se machucaram com adultos por perto. Esse trabalho, realizado pela ONG Criança Segura e pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), mostra a importância de estar preparado para atuar em uma emergência. Uma prática muito adequada é que se observem princípios gerais com vistas a evitar a ocorrência de acidentes. Pode-se citar, entre outras, a periculosidade dos pisos escorregadios ou das divisões de ambiente com superfícies envidraçadas (GONÇALVES, 1997). As aulas de EF Wharley e Wong (1999) advertem que a maioria das lesões acontece durante a participação em esportes de recreação, e não em competições atléticas organizadas, e que lesões graves podem ocorrer durante a prática de esportes de contato intenso ou com pessoas que não estão fisicamente preparadas para a atividade. Os autores lembram, ainda, que a própria atividade impõe um risco em maior ou menor grau, mas o ambiente e o equipamento para o esporte ou para a recreação comportam riscos adicionais. Flegel (2002) relata que, embora a preparação e a manutenção da área de jogo possam ser responsabilidades de outros funcionários, ainda assim é do profissional de EF a responsabilidade de verificar a segurança. Sujeira, pisos escorregadios, traves quebradas, quadras esportivas desgastadas e vários outros problemas podem causar lesões nos alunos. Com o passar do tempo e devido às boladas, gradis e alambrados desprendem pontas de arames e, portanto, fazem das quadras esportivas um local de risco. Equipamentos e instalações devem ser adequados à maturidade dos participantes. As crianças devem ser ensinadas sobre as regras dos jogos e lembradas que muitas regras existem para a sua segurança (EUPEA, 2002). O profissional da EF deve estar preparado para agir de maneira eficiente, segura e adequada frente a um acidente que possa ocorrer em sua prática pedagógica. Não se pode aprender como se preparar para as lesões pelo método de tentativa e erro (FLEGEL, 2002). A EUPEA (Associação Européia de Educação Física) traz, em seu "Código de Ética e Guia da Boa Prática de Educação Física", seção B, item 8, as seguintes informações a respeito de segurança durante as aulas:
O fato de lidar fundamentalmente com o corpo e com o grupo faz com que o aluno, ao enfrentar dificuldades e ansiedades relacionadas à saúde, procure o professor de EF, e não o professor que ensina gramática ou álgebra (GONÇALVES, 1997). Ocorre, muitas vezes, que a falta de conhecimento em primeiros socorros leva professores de EF a optarem por não intervir diretamente no auxílio ao aluno até que seja inevitável sua atuação, como no caso de acidentes que tragam risco de morte. Primeiros Socorros: atitude e disciplina curricular De acordo com Gonçalves (1997) e Dib (1978), as primeiras providências, que podem ser tomadas enquanto não chega auxílio médico, são fundamentais para que se possa salvar uma vida. A essa intervenção o segundo autor dá o nome de primeiros socorros. Para Garcia (2005), primeiros socorros não se resumem a procedimentos técnicos; uma pessoa pode prestar primeiros socorros apenas conversando com a vítima ou improvisando instrumentos. Brasil (2007) mostra, no Cadastro das Instituições do Ensino Superior do Ministério da Educação e Cultura (MEC), que, no Município de São Paulo, existem cadastrados trinta e dois (32) cursos de EF, em dezoito (18) Instituições de Ensino Superior. Em sondagem assistemática, junto às faculdades de EF, através dos sites, constatamos que 83% dessas instituições oferecem a disciplina Primeiros Socorros ou outra disciplina que contém o assunto de socorros de urgência em sua grade curricular. Parece existir também uma preocupação em preparar todos os profissionais da educação para a prevenção de acidentes e atendimento de emergência nas escolas. Dessa forma, a Secretaria Municipal de Saúde do município de São Paulo desenvolveu o Manual de Prevenção de Acidentes e Primeiros Socorros nas escolas, que é utilizado em cursos para profissionais de ensino (SÃO PAULO, 2007). Para reduzir os índices de acidentes em escolas públicas, funcionários estão passando por um curso de capacitação, orientação e primeiros socorros e também noções de salvamento em casos de acidentes. Material e métodos Para a pesquisa de campo foram entrevistados vinte e cinco (25) professores de EF de 74 escolas públicas do ensino fundamental no Município de Barueri. Dos profissionais consultados 14 eram do sexo feminino e 11 do masculino, formados a mais de 5 anos, com idade média de 36,5 anos. Temas geradores utilizados nas entrevistas sobre Primeiros Socorros
Foram realizadas entrevistas com temas geradores, a respeito das causas dos acidentes na escola e nas aulas de EF, sobre os procedimentos que são adotados nessas situações e a percepção do profissional sobre a importância do assunto. A opção por uma investigação qualitativa, com o uso de entrevista semi-estruturada, tem como base os esclarecimentos de Tibeau (2001), que concorda com diversos autores sobre a riqueza de pormenores que a entrevista pode fornecer ao pesquisador. As descrições do entrevistado revelam seu modo de encarar o mundo e a relação interpessoal que se estabelece entre pesquisador e entrevistado são fatores essenciais para extrair informações relevantes. Entender a visão dos sujeitos em seu contexto de trabalho proporciona respostas sob sua perspectiva pessoal, levando-os a expressar livremente suas opiniões. As entrevistas aconteceram nas escolas durante o horário das aulas e todos os professores convidados aceitaram colaborar prontamente. Para não comprometer o tempo desses colaboradores, as entrevistas foram gravadas, sendo posteriormente transcritas e adicionadas ao trabalho. Procedeu-se a uma análise e categorização das respostas dadas pelos profissionais. A quantificação das respostas se deu a partir do número de afirmações dos docentes consultados, em forma de freqüência e porcentagem. Resultados A Tabela 1 mostra os resultados obtidos para a pergunta sobre as principais causas de acidentes nas aulas de EF. Tabela 1. Principais causas de acidentes durante as aulas
É possível constatar que, mesmo as condições da quadra ou local onde se realizaram as aulas ser considerado a maior causa de acidentes, os professores atribuem uma grande responsabilidade dos acidentes ao próprio aluno, seja por questões de (in) disciplina, brincadeiras ou inabilidade. Outra questão feita aos professores foi se eles eram chamados para prestar primeiros socorros quando ocorria algum acidente na escola, fora da aula de EF e qual o procedimento que costumam adotar para alguns casos. Os resultados são apresentados na tabela abaixo. Tabela 2. Procedimento adotado pelos professores em acidentes fora de sua aula
Do total de professores consultados 52% afirmam que foram ou são chamados a auxiliar quando algum aluno sofre um acidente na escola, mesmo fora de sua aula. Parte dessa pergunta (sobre procedimentos) e os outros temas geradores tinham como objetivo perceber qual a atitude do professor frente a um a | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Condicionamento físico é a chave para a longevidade Posted: 20 Jun 2012 09:31 PM PDT Um estudo publicado no Circulation: Journal of the American Heart Association revelou que manter ou melhorar o nível do seu condicionamento físico - mesmo que não haja mudança de peso ou definição corporal - pode reduzir o risco de morte. A pesquisa contou com a colaboração de mais de 14 mil homens adultos com, em média, 44 anos de idade. Todos foram submetidos a diversos exames médicos e foram acompanhados pelos estudiosos durante 11 anos. Após esse período, os pesquisadores avaliaram o nível do condicionamento físico de cada um, o índice de massa corporal (IMC), o histórico familiar de doenças cardíacas e os maus hábitos, como fumar. Os resultados mostraram que manter ou melhorar o condicionamento físico está associado a um risco de morte menor, mesmo que a pessoa já esteja no seu índice de massa corporal (IMC) ideal. Além disso, os participantes que aumentavam progressivamente a carga do exercício apresentavam um risco 19% menor de doenças cardíacas e derrame e um risco 15% menor de óbito por outras doenças. Segundo os cientistas, essa é uma ótima notícia para pessoas que praticam exercícios regularmente, mas não conseguem perder peso. Eles também explicam que o IMC (Descubra seu peso ideal) é calculado pela divisão da massa do indivíduo pelo quadrado de sua altura, com a massa em quilos e a altura em metros. Como adquirir um condicionamento físico ideal De acordo com o ortopedista André Pedrinelli, são inúmeros os benefícios do condicionamento físico: diminui o risco do aparecimento de lesões, diminui o tempo de reabilitação após uma lesão, mantém o aprendizado de tarefas motoras adquiridas e mantém uma ligação efetiva entre o atleta e o seu esporte através da execução correta destas tarefas motoras. Um bom programa de condicionamento físico deve incluir os seguintes itens: 1. Aquecimento: prepara o sistema cardiovascular para o exercício. 2. Alongamento: para assegurar a amplitude articular máxima. 3. Exercícios de força. 4. Treinamento de resistência. 5. Atividades específicas do esporte: para automatizar as tarefas motoras específicas de cada esporte 6. Desaquecimento. 7. Técnicas de relaxamento: para recuperação da fadiga e redução do estresse. Esse programa deverá ser subdividido em fases: macrociclo, mesociclo e microciclo, para que haja um melhor planejamento. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Dança é efetiva na reabilitação de cardiopatas, diz pesquisador Posted: 20 Jun 2012 05:11 AM PDT O reconhecimento do exercício físico como recurso terapêutico de primeira linha para os portadores de doenças cardiovasculares, pulmonares e metabólicas, como a obesidade e o diabete melito, é algo consensual, tendo sido consistentemente demonstrado em estudos científicos de qualidade.Neste contexto, a dança poderá ser uma opção promissora para substituir o exercício físico convencional.Esta é constatação principal de dois estudos realizados pelo Dr. Tales de Carvalho, cardiologista especializado em Medicina do Esporte de SC (Santa Catarina). Entretanto, apesar da importância dos Programas de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica (RCPM) com ênfase no exercício estar reconhecida na literatura, sendo fortemente recomendada pelas sociedades médicas, as condições oferecidas pelos programas convencionais nem sempre são atraentes para proporcionar uma boa aderência ao tratamento. Nos programas convencionais a aderência costuma ficar abaixo de 50% no primeiro ano e de 30% no segundo ano.Neste contexto, a prática sistemática da dança de salão, considerada uma atividade lúdica e prazerosa, facilmente incorporada à vida social, poderia contribuir para o bom condicionamento físico e melhor controle do estresse, que são elementos essenciais no estilo saudável de vida. Particularmente, poderia se constituir em uma forma eficaz de aumentar a aderência aos programas formais de incremento da atividade física.Entretanto, embora se constitua em estratégia promissora, a dança tem sido muito pouco explorada no âmbito da RCPM. Em Florianópolis-SC, tanto na Clínica de Prevenção e Reabilitação Cardiosport (clínica privada), quanto no Núcleo de Cardiologia e Medicina do Exercício da Universidade do Estado de SC, onde são atendidos também pacientes do sistema público de saúde, embora habitualmente os pacientes sejam submetidos a programas convencionais de exercício, em algumas circunstâncias a escolha tem sido a dança de salão. No protocolo utilizado em nossos programas de reabilitação têm sido adotados ritmos variados, como forró, bolero, samba, merengue, valsa, rock and roll e salsa, em abordagem eclética, que atende a todos os gostos. Os ritmos podem ser combinados ou isolados, dependendo do objetivo de cada aula, evitando-se interrupções para o aprendizado técnico, prevalecendo o propósito de manter os pacientes o maior tempo possível na zona alvo do treinamento (ZA). A frequência cardíaca (FC) durante as sessões de dança de salão costuma ser verificada após os pacientes dançarem uma música completa, sendo em geral verificada a FC em pelo menos três momentos por sessão. Os resultados preliminares dos nossos estudos ainda em desenvolvimento têm se mostrado promissores. No recente congresso mundial de cardiologia, realizado em Beijing-China, o nosso grupo de pesquisa apresentou 2 estudos científicos sobre a dança de salão na RCPM. Em um deles, na comparação com o programa convencional a dança de salão se mostrou mais efetiva em situar os pacientes na zona alvo do treinamento (ZA), correspondendo à faixa entre 70 e 80% da FC pico de teste ergométrico (teste de esforço), realizado na vigência de medicação de uso corrente.Por meio da dança a ZA foi atingida em 77,5% das sessões e por meio do treinamento convencional em apenas 55%. A dança proporcionou também de forma significativa que mais indivíduos atingissem a ZA, pois 88.5% deles a atingiram por meio da dança e apenas 62.5% pelo exercício convencional. No grupo da dança, 17,5 % dos indivíduos ficou aquém e apenas 5% além da ZA, enquanto no exercício convencional, respectivamente, 4% e 14%. Autor: Dr.Tales de Carvalho - Cardiologista especializado em Medicina do Exercício. Fonte:Revista do DERC. |
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