sexta-feira, 29 de junho de 2012

Boletim de Cursos - 29Jun12



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29Jun12
Boletim de Cursos
 
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Notícias da Educação Física

Notícias da Educação Física


A influência da natação no desempenho do triathlon: implicações para o treinamento e competição

Posted: 28 Jun 2012 11:44 PM PDT


O triathlon, modalidade desportiva que combina natação, ciclismo e corrida, tem despertado o interesse de muitos pesquisadores desde a sua primeira disputa oficial, em 1978, no Havaí, quando 15 participantes largaram e apenas 12 chegaram ao final1. O esporte, que teve sua origem em um desafio, é muito difundido atualmente, já figurando no quadro de modalidades desportivas olímpicas (desde o ano de 2000, na Olimpíada de Sidney, Austrália).

Atualmente, o triathlon é disputado em diferentes distâncias, nas quais a menor é completada em, aproximadamente, 55 minutos (conhecida como Short Triathlon) e a maior (Ironman) tem o recorde próximo a 08 horas, com limite de 17 horas para seu término. Na prova chamada olímpica, o atleta nada 1,5 km, pedala 40 km e corre 10 km, sendo completada por volta de 2 horas pelos primeiros atletas2. Para cada uma das distâncias, sendo "curtas" ou "longas", como classificado por Bentley et al.3, parecem existir diferentes contribuições dos fatores que determinam o desempenho do triatleta, sendo eles fisiológicos, de treinamento ou competição4.

Dos fatores fisiológicos, destacam-se elevado valor de consumo máximo de oxigênio5,6 e de limiar anaeróbio7 , merecendo destaque, também, a eficiência metabólica, denominada economia de movimento2,8. Para os fatores ligados ao treinamento, apresentam-se como importantes o volume de treinamento1, a intensidade4 e os equipamentos utilizados9. E, por fim, os fatores que também influenciam no desempenho do triatleta são os associados à competição, como a tática empregada durante a prova7,10.

Além disso, a relação entre o desempenho isolado de cada modalidade (natação, ciclismo e corrida) com o desempenho final do triathlon ainda é pouco estudada. Estudos nessa linha podem contribuir para redução do tempo final dos atletas nas competições10-12. De Vito et al.8, por exemplo, encontraram correlações de diferentes magnitudes entre a natação, o ciclismo e a corrida com o tempo total na prova de distância olímpica (r = 0,60; r = 0,94 e r = 0,82 respectivamente). Os maiores valores foram encontrados para o ciclismo e corrida, atribuídos pelos autores pela elevada contribuição percentual das duas modalidades no tempo total (50% e 30% respectivamente), comparados à natação (apenas 20%).

Várias pesquisas têm estudado a influência do desempenho no ciclismo e corrida durante o triathlon, sobre o desempenho total13-15, porém não foram encontrados estudos que enfoquem o desempenho da natação e como ela pode influenciar a prova de triathlon. Este trabalho buscou informações relevantes sobre natação no triathlon e sua influência no desempenho de triatletas, apresentando-as de uma forma que possam ser proveitosas tanto para atletas e técnicos quanto para pesquisadores e estudiosos do triathlon.

Para isto, realizou-se uma revisão de literatura, destacando-se as seguintes palavras-chave: triathlon, triatleta, desempenho e natação, e suas traduções para o inglês, quando necessário, tendo como fonte de busca a base de dados Pubmed, o Portal de Periódicos da CAPES e o Google Acadêmico, sendo selecionados os artigos que estavam relacionados com o objetivo do estudo.

 

A NATAÇÃO NO TRIATHLON: ASPECTOS DO DESEMPENHO E FISIOLÓGICOS

A natação no triathlon demonstra diferentes características em seu desenvolvimento, já que existe diferença em sua duração, com seu tempo médio para atletas de elite variando de nove a 55 minutos (tempo dependente da distância da prova). Neste sentido, a duração da etapa modifica a contribuição percentual no tempo total (9,4 a 17,0%). A tabela 1 apresenta as diferentes competições com suas distâncias, o melhor tempo de triatletas (masculino e feminino) em provas realizadas no Brasil, em 2008, e a contribuição percentual para a composição do tempo total de cada triathlon analisado.

Os índices fisiológicos que determinam a melhoria do desempenho com estas durações estão relacionados principalmente ao consumo máximo de oxigênio (VO2max), para duração inferior a 10min e ao limiar anaeróbio, quando a duração se encontra entre 10-60 min16. Mesmo assim, poucos são os estudos que descrevem tais índices fisiológicos relativos à natação de triatletas, provavelmente, pela dificuldade em sua determinação.

Os testes para avaliação dos índices fisiológicos que determinam a melhoria na natação devem ser realizados com o máximo de especificidade18-21, pois comparando estudos que avaliaram o VO2max em triatletas ,utilizando ergômetro de braço como Denadai et al.21 , os valores obtidos podem não ter avaliado o estado de treinamento dos triatletas, pois o ergômetro pode recrutar grupos musculares do tronco e braço que não são utilizados na natação, ficando muito abaixo quando comparado com o valor obtido por Neal et al.19 e Kohrt et al.22 em avaliações específicas. O valor do VO2max dos estudos citados estão relacionados na tabela 2.

 

 

O limiar anaeróbio é comumente determinado pela mensuração do lactato sanguíneo, método invasivo que necessita coleta de sangue, ou pela medida dos parâmetros ventilatórios (limiar ventilatório) durante esforço progressivo26.

Alguns trabalhos têm encontrado correlação entre o limiar anaeróbio e o desempenho aeróbio24 e com o desempenho final do triathlon16 e nas modalidades que o compõem25.

Denadai e Balikian7 demonstraram correlação deste índice obtido na natação, com a velocidade média durante um Short Triathlon (r = 0,98), corroborando os resultados obtidos por Balikian e Denadai27 que encontraram correlação de r = 0,92 durante a natação no Meio Ironman. Assim, o limiar anaeróbio da natação parece ser um excelente preditor do desempenho desta modalidade nas provas de triathlon.

Outro aspecto fisiológico importante durante provas de triathlon é a intensidade em que os atletas executam as modalidades, pois parece que o efeito residual do exercício anterior provoca um aumento da demanda fisiológica no exercício subsequente, havendo, assim, um decréscimo no desempenho26.

Neste sentido, parece importante determinar a intensidade de esforço em que os atletas executam a natação no triathlon, já que esta pode influenciar diretamente no desempenho total da prova. O lactato tem sido demonstrado como um importante marcador da intensidade de esforço durante atividades contínuas e aeróbias28. Alguns estudos têm apresentado a concentração de lactato ([Lac]) durante provas de triathlon, demonstrando que a natação é a modalidade executada em maior intensidade, comparada ao ciclismo e à corrida 7,28,29. A tabela 3 apresenta alguns estudos que determinaram a [Lac] da natação durante triathlons.

 

 

Denadai e Balikian7 utilizaram um valor fixo de 4 mmol.L-1 de lactato para a determinação do limar anaeróbio de triatletas. Nota-se, na tabela 3, que a etapa da natação é realizada em uma intensidade acima deste valor, o que pode ser prejudicial ao ciclismo ou mesmo ao desempenho da prova como um todo. Uma limitação dos estudos que apresentam a [Lac] durante o triathlon é não apresentar a variação da intensidade durante a prova, fato este destacado em outros trabalhos11,30, mas que também não conseguiram relacionar esta variação com a [Lac] pós prova.

Os indicadores fisiológicos de intensidade determinados em laboratório e/ou campo, e comparados com situações de competições, podem ajudar a entender melhor o desempenho, as adaptações do processo de treinamento, assim como a escolha de estratégias de ritmo durante uma prova.

 

A NATAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NO DESEMPENHO TOTAL DA PROVA

Alguns estudos que caracterizaram fisiologicamente os triatletas não levaram em consideração a natação, sugerindo que seu desempenho não influenciaria o tempo total da prova de forma positiva6. De Vito et al.8 encontraram que o ciclismo e corrida seriam mais determinantes para o desempenho do triathlon, pela alta contribuição percentual das duas modalidades, no tempo total da competição analisada (50% e 30% respectivamente), quando comparados à natação (20%).

Schabort et al.2 corroboram essa crença, pois apresentam uma equação para predizer o desempenho de triatletas em distância olímpica e não incluem o desempenho da natação, já que em seu estudo o resultado no teste de 400m dos atletas (homens e mulheres) não se correlacionou com os 1500m da prova, excluindo-o da regressão apresentada. Já Binnie et al.31 verificaram o efeito de diferentes aquecimentos no desempenho da natação no short triathlon, demonstrando não existir diferenças no tempo total e na natação quando se aquece nadando, correndo ou sem a existência de aquecimento, mostrando que o desempenho no ciclismo e corrida não foram prejudicados. Tais autores não avaliaram diretamente a relação da natação com o desempenho final do short triathlon, algo que Schabort et al.2 fizeram na distância olímpica e encontraram correlação da natação das mulheres com o tempo final da competição, sugerindo inicialmente existir uma boa relação com o desempenho do triathlon e que isso possa ser dependente do gênero.

Para responder a primeira hipótese, Vleck et al.11 analisaram o desempenho de 24 triatletas homens participantes da Copa do Mundo de Triathlon na distância olímpica. Monitoraram as três etapas da prova, dos atletas da categoria elite por meio de um sistema de vídeo e GPS. Para a natação, a velocidade medida nas distâncias de 222m; 496m; 915m e 1189m foram correlacionadas com a colocação final da natação (r = -0,83; r = -0,82; r = -0,67 e r = -0,79, com p < 0,01 respectivamente) e, a colocação final no triathlon foi correlacionada com a velocidade média de nado (r = -0,52; p < 0,01) e com a colocação do atleta após esta etapa (r = 0,44, p < 0,05), demonstrando que a natação pode ter grande importância para o desempenho final dos triatletas de elite em provas com distância olímpica.

Corroborando com estes achados e confirmando a segunda hipótese, Vleck et al. 30 analisaram atletas homens e mulheres durante um etapa do Mundial de 2002 e também demonstraram existir relação da natação com o desempenho final na prova de triathlon, tanto para homens, quanto para as mulheres (Tabela 4). Além disso, verificaram que a estratégia de nado foi diferente entre os gêneros e que isto influenciou diferentemente o desempenho final no triathlon, pois para as mulheres a influência da natação na competição analisada foi maior.

Leite et al.32 analisando diferentes etapas do Troféu Brasil de Triathlon que tem distância olímpica para os principais atletas, também mostraram que a natação pode influenciar diferentemente o desempenho total da prova e que isso pode ser dependente da altimetria do percurso de ciclismo e corrida, pois afeta o desempenho dos atletas nestas modalidades além, do período do ano que pode influência direta no planejamento do treinamento do atleta. A Tabela 4 apresenta estudos correlacionais entre o desempenho final de triatletas e cada uma das modalidades que compõem o esporte, em diferentes níveis de competição e distâncias.

É importante destacar os diferentes n amostrais utilizados pelos estudos citados acima, fato este que pode interferir no poder estatístico do teste de correlação e consequentemente, na possível relação entre o desempenho final do triathlon e o desempenho de cada modalidade. De qualquer forma, estes dados provenientes dos poucos estudos correlacionais publicados, sugerem uma tendência de existir maior correlação do desempenho da natação com o tempo total das provas de triathlon mais curtas.

Sugere-se a realização de novos estudos, envolvendo triathlon de diferentes distâncias, especialmente, para atletas femininas.

 

A INFLUÊNCIA DA NATAÇÃO NO DESEMPENHO DO CICLISMO

Algumas pesquisas sobre triathlon vêm enfatizando que as exigências metabólicas induzidas durante uma das etapas da competição pode prejudicar o desempenho nas demais modalidades da prova3,13. A maioria delas tem dado atenção aos efeitos do ciclismo no subsequente desempenho da corrida e poucos estudos têm demonstrado os efeitos da natação em relação ao desempenho no ciclismo e no triathlon 26,33,34. A princípio, a duração e a intensidade na qual a etapa de natação é realizada parecem influenciar o ciclismo.

Delextrat et al.35 encontraram alterações significativas em alguns parâmetros fisiológicos, analisando o efeito de 1500m de natação no ciclismo. O estudo consistiu em comparar as respostas fisiológicas ao desempenho de 30 minutos de ciclismo a 75% da potencia aeróbia máxima, após a natação, em comparação ao ciclismo isolado em triatletas treinados de nível nacional da França. Tais autores encontraram aumento no VO2 (5,0%), no volume expiratório (15,7%), na frequência cardíaca (9,3%) e respiratória (19,9%), além de uma perda de 13% na eficiência (gasto energético) no ciclismo, comparado com o ciclismo isolado, após a realização da natação na distância olímpica e com [Lac] de 6,9 ± 2,6 mmol.L-1.

Já Laursen et al.34 estudaram os possíveis efeitos provocados por 3000m de natação, precedendo 3h de ciclismo a 60% do VO2max e encontraram que a velocidade de nado, na qual foi realizada essa distância, não interferiu de maneira significativa nas respostas de consumo de oxigênio (VO2), frequência cardíaca (FC) ou volume expiratório (VE) em triatletas treinados durante o ciclismo. Em contraste, Kreider et al.26 relataram queda (p < 0,05) de 17% de potência no ciclismo durante simulação de 40km em 75min, aumento (p < 0,05) nas respostas de VO2, VE, volume de ejeção, débito cardíaco e na pressão arterial média no ciclismo, após a realização de 800m de natação, em comparação com a mesma distância sem exercício prévio.

Peeling et al.36 realizaram um estudo comparando a velocidade da natação, na qual os triatletas nadavam a 80-85%, 90-95% e 100% de sua velocidade máxima, associando ao desempenho de ciclismo subsequente. O estudo foi realizado na distância short (750m de natação, 20km de ciclismo e 5km de corrida) e o ciclismo mais rápido foi o realizado após a natação em velocidade 80-85% da máxima, sugerindo a existência de um possível limiar de intensidade de realização da natação, acima do qual, o desempenho de ciclismo pode ser prejudicado. Os autores atribuem a perda de desempenho no ciclismo após nadar em alta intensidade (100%) aos possíveis aumentos da [La] e ao acúmulo de H+. Alguns estudos comprovaram que os níveis de lactato sanguíneo são mais elevados ao final da etapa de natação que nas demais etapas do triathlon37,38.

O´Toole e Douglas17 enfatizam que os exercícios de endurance como o Triathlon Olímpico são limitados parcialmente pela depleção do glicogênio muscular e desequilíbrio ácido base. Alguns dos fatores que podem influenciar as concentrações sanguíneas de lactato são: i) a composição dos diferentes tipos de fibras musculares, ii) a densidade capilar, iii) a mobilização preferencial de gorduras como substrato energético, relativamente aos carboidratos, para a mesma intensidade relativa de exercício, assim como iv) o transporte facilitado do lactato através das membranas celulares, quer para a circulação quer para a mitocôndria (através da ação dos transportadores protéicos de monocarboxilato - MCT)39. De acordo com Delextrat et al.35 , a influência que a natação pode ter no ciclismo é dependente da distância em que esta é realizada (provas de curta versus longa duração), pois quanto mais rápida for a velocidade empregada durante a etapa de natação, maiores serão os efeitos no ciclismo, induzindo, assim, alterações metabólicas importantes. Assim, parece que o rendimento no ciclismo possa ser dependente da intensidade e duração na qual a etapa de natação é realizada34,36.

Mesmo assim, com a oficialização do "vácuo" na etapa do ciclismo, nas provas de distância Short e Olímpica, na década de 90 do século passado, a influência da natação no ciclismo e no desempenho final do triatlo pode ter sofrido mudanças, pois os atletas poderiam usar o vácuo para amenizar os efeitos deletérios da natação e melhorar o rendimento na corrida40. Porém, ainda são necessários estudos adicionais para determinar se as interferências nas respostas fisiológicas durante o ciclismo após o desempenho da natação poderiam influenciar o desempenho da corrida subsequente e o tempo total de prova.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a análise dos estudos apresentados, destaca-se que a natação mostra-se como a modalidade mais intensa durante um triathlon, provavelmente, por ser a primeira e ter sua duração inferior ao ciclismo e corrida. Nas provas mais curtas do triathlon, nas quais a natação tem duração entre 10 e 30 min, a intensidade desta etapa parece ser superior ao limiar anaeróbio. Alguns estudos encontraram uma relação negativa entre a concentração de lactato sanguíneo ao final desta etapa, com o desempenho das modalidades subsequentes. Já o tempo final desta primeira etapa do triathlon, parece correlacionar-se positivamente com o tempo final das provas curtas. Nas provas mais longas, esta relação parece não existir, ou seja, o desempenho na natação tem menor influência no resultado final do triathlon. Assim, nas provas de triathlon Short e Olímpico, a estratégia de intensidade adotada na etapa da natação pode influenciar diretamente no resultado final.

Com isso, o planejamento e a distribuição de cargas de treinamento entre as três modalidades do triathlon devem levar em consideração à distância e o formato das principais provas disputadas, já que, nas provas "curtas" (por ex. Olímpico), um bom desempenho de natação parece ser fundamental para o rendimento final e, nas provas mais longas (por ex. Ironman) esta modalidade não parece ser determinante do desempenho final.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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8. De Vito G, Bernardi M, Sproviero E, Figura F. Decrease of endurance performance during Olympic triathlon. Int J Sports Med 1995;16(1):24-8.         [ Links ]

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20. Roels B, Schmitt L, Libicz


Artigo: Intensidade e duração dos esforços físicos em aulas de Educação Física

Posted: 28 Jun 2012 11:39 PM PDT


O cenário mundial referente às principais causas de morbimortalidade altera-se há algumas décadas. As doenças infectocontagiosas foram progressivamente substituídas pelas doenças e agravos não transmissíveis (DANTs).16 Estudos em saúde pública buscam cada vez mais responder questões que identifiquem e caracterizem os motivos para tais mudanças e avaliar formas de amenizar suas consequências.

Segundo a Organização Mundial da Saúdeª (OMS)morrem por ano 4,9 milhões de pessoas em decorrência do consumo de tabaco, 2,6 milhões por estarem acima do peso ou serem obesas, 4,4 milhões por níveis totais de colesterol elevados e 7,1 milhões por pressão sanguínea elevada. A atividade física está relacionada com pelo menos três desses fatores: sobrepeso e obesidade, elevados níveis totais de colesterol e pressão sanguínea.

Comportamentos relacionados à saúde, como a prática de atividade física, são, em grande parte, incorporados na infância e adolescência e tendem a manter-se na idade adulta,1,15 o que confere atenção especial a essa parcela da população na prevenção de DANTs. Estudo recente mostrou alta prevalência de inatividade física, hábitos alimentares inadequados e etilismo em adolescentes brasileiros.7

A escola configura-se como oportunidade para a aproximação e abordagem de crianças e adolescentes para inserção de conhecimentos e hábitos que promovam estilo de vida ativo, especialmente por meio das aulas curriculares de Educação Física. Para parte expressiva dos jovens, as atividades escolares são as únicas oportunidades de desenvolvimento de atividade física significativa e as escolas mostram bons resultados em intervenções para sua promoção.8,b Em estudo de revisão sistemática na América Latina, o grupo de aulas de Educação Física foi o único que apresentou evidências conclusivas de efetividade entre as intervenções estudadas para promoção de atividade física.13

A prática de atividades físicas pode estar vinculada a diversos objetivos, que variam entre os indivíduos. Entretanto, como instrumento de modulação da saúde, essa prática provoca adaptações fisiológicas em busca de equilíbrio das funções do organismo e deve ter compromisso com a intensidade, duração e frequência.19 A recomendação é de pelo menos 60 minutos por dia de atividades de intensidade moderada a vigorosa na maioria dos dias da semana para crianças e adolescentes.3 A intensidade vigorosa pode promover benefícios adicionais à intensidade moderada,20 mas também se reconhecem seus benefícios. Embora com diferenças metodológicas, estudos mostram altas prevalências de inatividade física nessa população.11,18,23 Mesmo com ampla literatura apresentando os benefícios da atividade física para a saúde na infância e adolescência,10,24 os níveis de aptidão e atividade física parecem cair nesse estágio.14,25

A abordagem dos programas escolares quanto à atividade física e sua relação com a saúde, forma de organização ou se esses temas são tratados é pouco conhecida no Brasil. Pouco se sabe se a Educação Física promove atividades com intensidade, duração e frequência suficientes para trazer benefícios à saúde dos estudantes. Os poucos estudos encontrados indicam que as aulas de Educação Física apresentam curtos períodos de intensidade suficiente para provocar adaptações fisiológicas nos estudantes.8,12

O objetivo do estudo foi analisar a intensidade e duração dos esforços físicos e fatores associados em aulas de Educação Física do ensino fundamental e médio.

 

MÉTODOS

Estudo transversal de base escolar em Pelotas, RS, de agosto a dezembro de 2009. A cidade localiza-se ao sul do Rio Grande do Sul e tem uma população de aproximadamente 320.000 habitantes. O estudo foi desenvolvido por meio de observações de aulas de Educação Física com avaliação de atividade física por acelerometria e entrevista com os estudantes.

O maior tamanho de amostra necessário foi obtido com base em estimativa no tempo das aulas despendido com esforços físicos vigorosos. O tamanho da amostra foi de 777 observações (não indivíduos) por acelerometria, considerando margem de erro de dois pontos percentuais, nível de 95% de confiança e acréscimo de 10% para eventuais perdas e recusas.

As listas com a relação de todas as escolas da cidade foram obtidas para amostragem, permanecendo para o sorteio aquelas urbanas com ensino fundamental completo e de ensino médio (n = 110). Foram sorteadas 11 escolas de ensino fundamental e oito de ensino médio, estratificadas por rede de ensino (municipal, estadual, federal e privada). Três escolas sorteadas para o nível médio coincidiram com escolas sorteadas para o nível fundamental, totalizando 16. Realizou-se o sorteio de uma turma para cada ano do ensino fundamental (a partir do sexto ano) e do ensino médio.

Quatro estudantes de cada turma foram sorteados aleatoriamente, dois meninos e duas meninas, observados durante três aulas. Estimou-se a avaliação de 68 turmas, 272 estudantes, 246 aulas (turmas separadas por sexo) e 816 observações por acelerometria (39 a mais do que as necessárias).

Ocorreu 21,3% de perdas de observações por acelerometria devido à ausência do estudante na aula de Educação Física e pela falha do acelerômetro na coleta de dados.

O questionário foi desenvolvido para este estudo e possuía questões sociodemográficas; nível, rede e ano de ensino; se o estudante gostava de participar das aulas de Educação Física, se participava de atividades físicas orientadas fora do período de aula e, caso participasse, quantas vezes por semana o fazia. O peso e a estatura dos alunos foram mensurados a partir de balança digital (estudantes sem calçados e com o mínimo de vestimenta possível) e fita métrica fixada na parede a um metro no chão (estudantes sem calçados e de costas para a parede), respectivamente.

A classificação do índice de massa corporal (IMC) dos estudantes foi realizada segundo proposta de Cole et al,5 considerando idade e sexo das crianças e adolescentes para determinar o sobrepeso e a obesidade.

A atividade física foi avaliada por meio de acelerômetros da marca Actigraph, modelo GT1M, com programação de epoch de cinco segundos. O acelerômetro foi fixado na cintura dos estudantes do início ao fim da aula de Educação Física. Foram adotados os pontos de corte para categorização dos níveis de atividade física (em counts por minuto): sedentária (zero a 100), leve (101 a 2.000), moderada (2.001 a 4.999), vigorosa (5.000 a 7.999) e muito vigorosa (> 8.000). As categorias moderada, vigorosa e muito vigorosa foram agrupadas para composição do desfecho "atividades físicas moderadas a vigorosas (AFMV)".21 O tempo total de AFMV foi registrado para cada aula.

A hora inicial de cada aula foi apontada quando pelo menos 51% dos estudantes da turma estavam presentes e a hora final quando pelo menos 51% haviam deixado o espaço. Esse registro foi utilizado para cálculo da duração de cada aula. A medida do desfecho (proporção média do tempo das aulas em AFMV) foi obtida pela divisão do tempo médio das aulas despendido em AFMV pelo tempo médio de duração total das aulas.

Os instrumentos foram aplicados por acadêmicos do curso de Educação Física treinados. Os questionários foram conferidos e digitados duplamente no programa EpiInfo 6.0. Após conferência da digitação, os dados foram transferidos para o programa Stata 10.0 para análise. Foi realizada análise descritiva (número absoluto e percentual para variáveis categóricas, e média com desvio-padrão [dp] para variáveis numéricas). As diferenças de proporções médias foram avaliadas com o teste t (variáveis com duas categorias) e análise de variância (variáveis com três ou mais categorias). O nível de significância foi de 5%.

O estudo foi realizado com o consentimento da Secretaria Municipal de Educação, Coordenadoria Regional de Educação, de cada escola, seus professores e dos responsáveis pelos estudantes. O presente estudo foi aprovado (parecer nº 040/2009) pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas.

 

RESULTADOS

Dos 272 estudantes, 6,2% não obtiveram nenhum dado de acelerometria válido e foram excluídos para as demais análises. A amostra continha 50,2% de estudantes do sexo feminino, com média de idade de 14,3 anos (dp 2,8), predominantemente de cor branca (72,6%). Os estudantes eram principalmente de escolas públicas (67,4%) e frequentavam o ensino fundamental (67,1%) (Tabela 1).

 

 

A proporção média de participação dos alunos em AFMV nas aulas foi de 32,7% (dp 25,2). O tempo médio de duração foi de 35,6 minutos (dp 6,0) e média de tempo despendido em AFMV de 12,3 minutos (dp 9,7) (Figura 1).

 

 

Os estudantes do sexo masculino (44,1%) apresentaram proporção média de tempo das aulas em AFMV significantemente maior do que estudantes do sexo feminino (21,0%; p < 0,01). Não houve diferença estatisticamente significativa entre rede pública e privada, mas a proporção média de AFMV na rede federal foi significantemente maior (49,3%; dp 27,6; p < 0,01) do que a nas redes municipal (33,9%; dp 28,6), estadual (24,8%; dp 22,4) e privada (35,3%; dp 21,0). A prática de atividades físicas orientadas fora das aulas de Educação Física foi relatada por 50,7% dos meninos e 31,1% das meninas e mostrou-se positivamente associada à proporção de tempo em AFMV (Tabela 2).

 

 

A variável "gosta de fazer aula de Educação Física" não mostrou associação com maiores proporções de AFMV, nem tampouco na amostra geral ou na análise estratificada por sexo. Relataram não gostar de fazer aula de Educação Física 3,7% dos meninos e 11,8% das meninas. As demais variáveis não apresentaram associação com a proporção do tempo despendido em AFMV nas aulas.

O período de duração teórico das aulas de Educação Física variou de 35 a 50 minutos, com a maioria das aulas (81,7%) apresentando períodos de duração teóricos de 45 minutos ou mais. No entanto, o tempo médio de duração real foi 35 minutos. A rede privada apresentou tempo médio de duração maior (38,7 minutos) em relação às demais redes e a rede municipal apresentou a menor média (33,3 minutos). A Figura 2 representa o tempo médio das aulas em que os estudantes permaneceram em AFMV.

 

 

DISCUSSÃO

A proporção média de tempo das aulas em AFMV baixa (32,7%) no presente estudo foi coerente com o observado em outros estudos.9,12 Mesmo com diferentes métodos de mensuração da atividade física, Hino et al12 mostraram proporções de 26,3% para atividades moderadas e 8,7% para atividades vigorosas, totalizando 35% de AFMV. Em outro estudo, a proporção de atividades moderadas foi de 16% e, apesar da maior proporção em atividades vigorosas em relação aos demais estudos (15%), a proporção total em AFMV foi semelhante.9

O período de duração médio das aulas de Educação Física (35 minutos) indica que parte das aulas não têm a duração aproveitada por completo. Tempos médios semelhantes para a duração das aulas foram encontrados por outros pesquisadores no Brasil9 e nos EUA.17 A troca de uniforme e o deslocamento dos estudantes da sala para o espaço de realização da aula podem explicar a diferença entre o tempo disponível e o tempo real de desenvolvimento das aulas.

A baixa média de tempo despendido efetivamente em AFMV ocorre em função de aulas com curta duração total e baixas proporções de AFMV. Outros dois estudos9,17 mostraram resultados similares, com tempos médios de 17 minutos e 12 minutos para AFMV. Para que ocorram adaptações orgânicas como resultado da prática de atividade física, os indivíduos devem ser submetidos a esforços moderados e/ou intensos que ocorrem por determinado período.19,22

As aulas de Educação Física sofrem redução nos EUA, principalmente em anos mais avançados, em favor de disciplinas presentes em avaliações e testes de conhecimento acadêmico semelhantes a vestibulares.26 No Brasil não há evidências científicas dos motivos na redução da duração e frequência das aulas, embora provavelmente sejam os mesmos.

Revisão mostrou que, mesmo com redução de tempo, a realização de atividade física age positivamente no desempenho acadêmicoc por meio de diversos mecanismos. Melhores desempenhos acadêmicos estão associados a maiores intensidades de atividade física.4 Maiores níveis de aptidão física relacionam-se com melhores desempenhos acadêmicos, sugerindo que crianças e adolescentes fisicamente ativos são propensos a melhores resultados.26

Meninos apresentaram envolvimento significantemente maior em AFMV do que meninas, em concordância com outros estudos.6,12 A diferença da prática de atividade física entre indivíduos do sexo feminino e masculino pode ser explicada por diferenças sociais e/ou culturais.27 Entretanto, em ambiente escolar, espera-se que a oferta de tempo, espaço e possibilidades de envolvimento em atividades físicas sejam as mesmas para todos os indivíduos. Essa diferença pode ser explicada pela motivação dos estudantes para a realização das aulas.

O gosto pelas aulas não apresentou significância em relação ao desfecho. No entanto, pode ter ocorrido subestimação no número de crianças que relatou não gostar das aulas de Educação Física. Ainda que essa variável tenha sido coletada sem a presença do(a) professor(a), os estudantes podem ter se sentido receosos de responder a essa questão por estarem dentro da escola, por não conhecerem o entrevistador ou por acreditarem que as informações pudessem ser repassadas ao professor, o que pode ter influenciado no resultado. Mesmo com essa limitação, as diferenças entre os sexos podem ser explicadas pelo gosto pelas aulas de Educação Física: meninas relataram não gostar de participar das aulas mais do que meninos.

O nível de atividade física decresce com o aumento da idade na adolescência,2,18 embora os esforços físicos realizados nas aulas de Educação Física não tenham diferido conforme os grupos etários, o que sugere que a diminuição nos demais estudos é explicada por redução na atividade física fora da escola. Esse resultado pode ser explicado pela obrigatoriedade da prática nas aulas de Educação Física, o que leva à participação mínima nas atividades desenvolvidas.

A proporção de AFMV não se mostrou diferente entre as redes pública e privada. Porém, após a estratificação da rede pública, a rede federal apresentou associação positiva com a proporção de AFMV. Não foram encontrados estudos que avaliassem a intensidade das aulas de Educação Física em diferentes redes de ensino, impossibilitando comparações. Não foram encontradas relações explícitas que explicassem tal associação, visto que os determinantes do envolvimento dos estudantes e desenvolvimento das aulas de Educação Física são pouco estudados. Além disso, existem duas escolas federais na cidade, e uma fez parte da amostra. Dessa forma, características específicas da escola federal podem ter influenciado os resultados, talvez mais do que a rede de ensino.

Estudantes que praticam atividades físicas orientadas fora do período escolar apresentaram proporção maior de AFMV durante as aulas. Isso pode ser explicado pelo gosto pelas aulas, sobretudo entre os que praticam atividade física fora da escola.

Os estudantes e os professores tinham conhecimento do momento da coleta de dados pela presença do observador e pela utilização do acelerômetro. Assim, o professor poderia alterar a rotina das aulas, bem como os alunos poderiam apresentar comportamento diferenciado pelo fato de estarem utilizando o acelerômetro. Entretanto, essa alteração de comportamento, caso tenha existido, pode ter ocorrido no aumento na duração e intensidade das atividades físicas, o que torna os resultados mais preocupantes.

A baixa proporção de tempo despendido nas aulas em esforços físicos com intensidade suficiente para provocar adaptações fisiológicas, assim como a curta duração desses estímulos é constatação importante, porém não suficiente. O conhecimento sobre as aulas e programas de ensino da Educação Física escolar ainda é limitado. Novos estudos que busquem identificar os fatores que influenciam no desenvolvimento das aulas, assim como os determinantes da prática de atividades físicas dos estudantes em aulas de Educação Física devem ser realizados.

Estudantes despendem pouco tempo em atividade física dentro da escola e os curtos períodos ocorrem em intensidade pelo menos moderada, quando ambos deveriam ser maiores. Ainda que tenham como uma de suas responsabilidades a autonomia para prática de atividades físicas, as aulas de Educação Física poderiam ter contribuição mais significativa para o nível de atividade física dos estudantes.

 

REFERÊNCIAS

1. Azevedo MR, Araújo CL, Silva MC, Hallal PC. Tracking of physical activity from adolescence to adulthood: a population-based study. Rev Saude Publica. 2007;41(1):69-75. DOI:10.1590/S0034-89102007000100010        [ Links ]

2. Bastos JP, Araújo CLP, Hallal PC. Prevalence of insufficient physical activity and associated factors in Brazilian adolescents. J Phys Act Health. 2008;5(6):777-94.         [ Links ]

3. Biddle S, Cavill N, Sallis J. Policy framework for young people and health-enhancing physical activity. In: Biddle S, Sallis J, Cavill N, editors. Young and active? Young people and health-enhancing physical activity: evidence and implications. London: Health Education Authority; 1998. p.3-16.         [ Links ]

4. Coe DP, Pivarnik JM, Womack CJ, Reeves MJ, Malina RM. Effect of physical education and activity levels on academic achievement in children. Med Sci Sports Exerc. 2006;38(8):1515-9. DOI:10.1249/01.mss.0000227537.13175.1b        [ Links ]

5. Cole TJ, Bellizzi MC, Flegal KM, Dietz WH. Establishing a standard definition for child overweight and obesity worldwide: international survey. BMJ. 2000;320(7244):1240-3. DOI:10.1136/bmj.320.7244.1240        [ Links ]

6. Fairclough S, Stratton G. "Physical education makes you fit and healthy". Physical education's contribution to young people's physical activity levels. Health Educ Res. 2005;20(1):14-23. DOI:10.1093/her/cyg101        [ Links ]

7. Farias Júnior JC, Mendes JKF, Barbosa DBM, Lopes AS. Fatores de risco cardiovascular em adolescentes: prevalência e associação com fatores sociodemográficos. Rev Bras Epidemiol. 2011;14(1):50-62. DOI:10.1590/S1415-790X2011000100005        [ Links ]

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12. Hino AAF, Reis RS, Rodriguez-Añez CR. Observação dos níveis de atividade física, contexto das aulas e comportamento do professor em aulas de educação física do ensino médio da rede pública. Rev Bras Ativ Fis Saude. 2007;12(3):21-30.         [ Links ]

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16. Monteiro CA. Velhos e novos males da saúde no Brasil: a evolução do país e de suas doenças. São Paulo: Hucitec; 1995.         [ Links ]

17. Nader PR; National Institut


Profissionais de Educação Física devem tomar cuidado com a malhação em excesso

Posted: 28 Jun 2012 10:58 PM PDT

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Nada demais é benéfico, mesmo em se tratando de atividade física.  E se a pessoa vicia nos benefícios da atividade física (e você pode acreditar que vicia!), e abusa da quantidade tanto em voleume quanto e periodicidade dos treinos pode enfraquecer o organismo além do aumento do risco de lesões.

Dores nas canelas, esporão e tendinite estão entre as lesões mais frequentes do excesso de treino que podem até ter dias mais intensos mas não devem ser uma constante.O exercício físico é um estressor. Se é demais, o corpo sofre.

Fadiga extrema, irritabilidade, mau humor, ritmo cardíaco elevado mesmo em repouso, febre e uma incapacidade de se manter no nível anterior estão entre os sinais de que você está exagerando nos treinos.

Para os professores que orientam essas atividades, o overtraining acaba sendo um risco ocupacional. Um monte de instrutores de fitness acabam caindo nessa categoria porque malhar é o seu trabalho.

Além disso, os profissionais deve tomar cuidado com aqueles alunos que alunos que querem muitas exigências e que, certamente, terá uma lesão. Um bom profissional deve evitar que eles se machuquem. A criação de programas individualizados com pelo menos um dia  de descanso ajuda o corpo a ficar mais saudável.  E se o profissional identificar uma compulsão, deve encaminhar para o consultório do psicólogo. 

Os sintomas do overtraining podem incluir dores de cabeça constantes, insônia e dor muscular grave, bem como desempenho diminuído. Existem tantos benefícios no exercício, mas se a pessoa está se malhando excessivamente, mesmo os maiores benefícios, como o bom humor e o sono de melhor qualidade, começam a desaparecer.


Plano para aula de Step Intermediário

Posted: 27 Jun 2012 10:30 PM PDT

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Objetivo: Desenvolver resistência cardiorrespiratória, metabolismo de gosrdura, ritmo, coordenação, resistência muscular localizada de mmii;

Duração: 60 min

Material: step, sala de aula;

Faixa Etária: acima de 14 anos

Parte Prática:

Essa aula de step intermediário é indicada a indivíduos que já praticam essa modalidade. Aula composta por 4 bloquinhos (levando-se em conta que cada bloquinho tem 32 oitavas, e que 16 deles são espelho, então coloco aqui apenas os 16 que deverão ser repetidos para o outro lado).

1º bloquinho - Capoeira D e E, 1 básico, 1 joelho gira sobre o step com mais 1 joelho e 2 joelhos tocando o chão, desde, 2 chutes laterais com palmas.

2º bloquinho - reverso com montaria, corrida com palma volta no básico, galope cruza atrás, galope cruza atrás, step touch dir, esq, dir, sai na capoeira, eleva um joelho sobre o step toca o step e desce.

3º bloquinho - lange lateral com montaria e volta passando o step, abdução (dois lados), 3 joelhos lentos passando o step e voltando cruzando atras, dois joelhos com montaria no último e passa o step cruzando atrás.

4º bloquinho - passo L saindo na capoeira lado e atrás, atravessa o step no básico, sobe no pêndulo com último duplo, dois joelhos com toque lateral (dos dois lados).

Autora: Cássia Gislene dos Santos profefis@canbrasnet.com.br S.B. do Campo - SP - Brasil


Dicas para praticar exercício físico na água no frio do inverno

Posted: 27 Jun 2012 09:02 PM PDT


http://mdemulher.abril.com.br/blogs/dieta-nunca-mais/files/2010/05/mulher-natacao-600.jpg

É chegada a estação mais fria do ano  e, para os praticantes de atividades aquáticas (hidroginástica, natação ou outra), a maior dificuldade de frequentá-las. Vamos combinar que ir para uma piscina com solzão escaldante é muito mais fácil do que ir com uma chuva fina, né? E a principal consequencia disso acaba sendo as faltas na atividade.

O frio afasta mesmo, principalmente crianças e adolescentes com problemas respiratórios, que muitas vezes procuram a natação por recomendações médicas. Se formos pensar na hidroginástica, os idosos não lidam bem com o frio e acabam faltando as aulas também. 

A prática de exercícios aeróbios na água,quando bem orientada, fortalece a musculatura torácica e melhora a função respiratória. Todas as atividades desenvolvidas na água também ajudam o organismo a se  adaptar melhor as mudanças de temperatura. Além disso, para quem procura atividades de baixo impacto, a água é o meio ideal.

Vamos àlgumas dicas para tentar minimizar esse incômodo, que é o frio:
  • Ao chegar para a aula, tire a roupa somente na hora que for entrar na piscina. Crianças pequenas e bebês devem ainda usar uma blusa em baixo do roupão.
  • Assim que terminar a aula o aluno deve enrolar-se em uma toalha ou vestir o roupão, imediatamente após a saída da água. A troca das roupas molhadas por secas, deverá ser feita no vestiário e o mais rápido possível.
  • Evite banhos muito quentes ,eles ajudam ainda mais a variação térmica, um dos maiores problemas do inverno.
  • Leve um par de chinelos para calçar assim que sair da piscina
  • Em caso de febre ou crise aguda de asma,aí sim , evite a prática de atividades aquáticas.
Não deixe, mesmo com o frio, de praticar atividade física. Se for realmente impossível neste período faer atividade dentro d´água, procure outra atividade. Mas mantenha o hábito da atividade física!


Qual é o melhor exercício físico para você?

Posted: 27 Jun 2012 01:12 AM PDT


Ao iniciar a prática de uma atividade física, é importantissimo alguns fatores para que essa atividade seja duradoura e entre na sua rotina. Para tanto, cuidados como risco da atividade (se causa lesão ou não) e a facilidade de praticá-la deve ser levada em consideração. 

Seja qual for o exercício ele aumentará a circulação de sangue através do coração melhorando o condicionamento físico. Os exercícios mais seguros são a caminhada, a natação e a pedalagem em uma bicicleta ergométrica. Durante uma caminhada, pelo menos um dos pés sempre encontra- se em contato com o solo de modo que a força com que o pé choca-se contra o solo nunca é maior do que o peso do indivíduo.

Se você for escolher a natação, como a água sustenta o corpo dificilmente são submetidos a forças capazes de causar laceração. As bicicletas são pedaladas com um movimento circular contínuo que não "sacode" os músculos. A caminhada lenta não torna um indivíduo bem condicionado fisicamente. Para caminhar mais rapidamente, o indivíduo pode realizar passos maiores além de mover os membros inferiores mais rapidamente. Os passos podem ser aumentados através da oscilação dos quadris de um lado para outro, de modo que os pés avancem mais para frente.

A oscilação dos quadris tende a fazer com que os dedos apontem para fora quando os pés tocam o solo e, por isso, o alcance dos pés não é tão grande quanto seria se os dedos apontassem diretamente para a frente. Portanto, a indivíduo que está andando sempre deve tentar apontar os dedos dos pés diretamente para frente. O movimento mais rápidos dos membros superiores ajuda os pés a também se moverem mais rapidamente. Para movimentar os membros superiores mais rapidamente, o indivíduo deve flexionar os cotovelos, para encuratr o balanço e reduzir o tempo que os membros superiores levam para balançar para trás e para frente.

A natação exercita todo o corpo – membros inferiores, membros superiores e e costas – sem forçar as articulações e os músculos. Freqüentemente, a natação é recomendada para os indivíduos com problemas musculares e articulares. Os nadadores, movimentando-se em seu próprio ritmo e utilizando qualquer estilo de natação, podem exercitar-se de forma gradual durante até 30 minutos de natação contínua. Se a perda de peso for um dos principais objetivos do exercício, a natação não é a melhor escolha. O exercício fora da água é mais eficaz, pois o ar isola o corpo, aumentando a temperatura e o metabolismo corpóreos por até 18 horas.

Esse processo queima mais calorias tanto após o exercício quanto durante a sua realização. Por outro lado, a água conduz o calor para fora do corpo, de modo que a temperatura corpórea não aumenta e o metabolismo não permanece aumentado após a natação. A pedalagem em uma bicicleta ergométrica é um bom exercício. A tensão da roda da bicicleta deve ser regulada, de modo que seja possível se pedalar em um ritmo de 60 rotações por minuto. À medida que ele progride, o ciclista pode aumentar a tensão e o ritmo até 90 rotações por minuto. Uma bicicleta ergométrica horizontal é uma escolha particularmente boa para os indivíduos idosos. Muitos deles apresentam fraqueza da musculatura da coxa, pois o único exercício que eles praticam é a caminhada e a deambulação sobre uma superfície plana utiliza muito pouco esses músculos.

Conseqüentemente, muitos indivíduos idosos apresentam dificuldade para se levantar de uma cadeira sem usar as mãos, para levantar da posição agachada ou para subir escadas sem apoiar-se no corrimão. A pedalagem fortalece os músculos da coxa. Entretanto, alguns indivíduos não conseguem se manter equilibrados mesmo sobre uma bicicleta ergométrica (fixa). Outros não utilizam esse equipamento por causa do desconforto provocado pela pressão do selim estreito contra a pelve. Por outro lado, uma bicicleta ergométrica horizontal é segura e confortável. Esse aparelho possui um assento contornado, de modo que mesmo um indivíduo que tenha sofrido um acidente vascular cerebral pode sentar-se. Também no caso em que o indivíduo apresenta paralisia de um dos membros inferiores, suportes para os dedos mantêm os dois pés no lugar, de modo que o indivíduo consegue pedalar com a outra perna. A dança aeróbica, um tipo popular de exercício oferecido por muitas entidades, exercita todo o corpo.

Os indivíduos podem exercitar-se em seu próprio ritmo com a orientação de instrutores experientes. A música alegre e as rotinas familiares tornam os exercícios divertidos e o compromisso com um programa ou com os amigos podem aumentar a motivação. A dança aeróbica também pode ser praticada em casa, com a ajuda de vídeo-teipes. A dança aeróbica de baixo impacto elimina os saltos e as colisões da dança aeróbica comum, o que diminui a tensão sobre as articulações. A aeróbica com degrau (steps aerobics) força sobretudo os músculos anteriores e posteriores das coxas (quadríceps e músculos posteriores da coxa), quando o praticante sobe e desce de uma plataforma elevada (um degrau) em uma série de rotinas com música e ritmo determinado. Assim que sentir dor muscular, o praticante deve parar, fazer alguma outra coisa e retornar à aeróbica com degrau após uns dois dias.

A aeróbica na água (hidroaeróbica) é uma escolha excelente para os indivíduos idosos e para aqueles com músculos fracos. Os aparelhos de esqui de cross-country exercitam as coxas e as pernas. Muitos indivíduos gostam de usar esse equipamento, mas outros acham difícil dominar os movimentos. Como o uso desses aparelhos exige uma maior coordenação que a maioria dos tipos de exercícios, o indivíduo deve experimentar o aparelho antes de comprá-lo. Os aparelhos de remo fortalecem os grandes músculos dos membros inferiores, dos ombros e das costas e ajudam a proteger as costas contra diversas lesões. No entanto, o indivíduo que apresenta problemas nas costas não deve usar esse equipamento.

O esforço para remar, o qual é realizado principalmente com as costas, pode agravar o estado dos músculos e articulações das costas já afetados. Todos os aparelhos de remar de boa qualidade possuem um assento deslizante e os melhores possuem uma catraca giratória que permite ao indivíduo ajustar a tensão enquanto ele rema. Os indivíduos que podem se exercitar durante 30 minutos com facilidade podem desejar uma maior variedade em seu programa de exercícios.

A marcha atlética (caminhar o mais rápido possível balançando os membros superiores vigorosamente), o jogging, a corrida, o ciclismo, a patinação no gelo, o skate, o esqui de cross-country, o raquetebol, o handebol e o squash são modalidades excelentes para a obtenção do condicionamento físico, mas elas exigem pelo menos um nível moderado de coordenação e habilidade. Esses esportes também apresentam um maior risco de lesão.


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